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Biografia de ANTÔNIO DE TORRES-SOLANOT Y CASAS 1840-1902

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ANTÔNIO DE TORRES-SOLANOT Y CASAS 1840-1902

Grande vulto e pioneiro do Espiritismo na Espanha. Defensor e propagador da Doutrina Espírita. “Las ciências”, afirma Torres-Solanot, “nos demuestran la pluralidad de mundos, el raciocínio nos muestra la existencia de Dios y la del espíritu inmortal, y la historia nos enseña el progresso de la humanidad.”
Torres-Solanot nasceu em Madri, Espanha, no dia 20 de janeiro de 1840. Seus familiares eram originários de Huesca, Espanha, porém seus pais se encontravam, na oportunidade, em Madri, na Corte, onde seu pai ocupava um alto posto político.

Formou-se em Direito, porém, ainda jovem, com 20 anos, não sentindo vocação para a advocacia, optou por viagens, objetivando desenvolver a sua cultura.
Em 1867, anota Jaume Casanova, na “Flama Espírita”, “Butlleti de Difusio Del Centre Barcelones de Cultura Espírita”, de Barcelona, Espanha, que Torres-Solanot “se dedicou ao periodismo, redatoriando e dirigindo ‘El Alto Aragon’, e colaborando com vários periódicos literários”, e, em 1871, conheceu, em Zaragoza, a “Sociedad Progresso Espiritista”, fundada por Joaquin Bassols y Marañon, “cujo trabalho o atraiu e com o qual encontrou a verdade espírita.”
Nomeado Diretor-Secretário da “Sociedad Progresso Espiritista”, dirigiu, desde o seu início, o periódico que foi fundado com o mesmo nome, dedicando-se, desde então, ao estudo e à propagação do Espiritismo.

Destaca, ainda, Jaume Casanova, que circunstâncias diversas, reuniram, em Madri, a maior parte dos elementos ativos da sociedade, os quais continuaram os estudos e trabalhos iniciados em Zaragoza, até que essa Sociedade se fundisse na “Sociedad Espiritista Española”, sob a presidência efetiva de Torres-Solanot, instalando-se a nova sociedade, em Calle Cervantes, onde se realizavam sessões e conferências públicas, e tinha sua sede o seu órgão “El Critério Espiritista”, de publicação mensal, em cadernos de 24 páginas, em 4º maior, com artigos doutrinários, de polêmica, bibliográficos, traduções, comunicações dos Espíritos, e resumos dos trabalhos das Sociedades Espíritas, poesias medianímicas e notícias interessantes à Doutrina e à sua propaganda.
Em princípios do ano de 1872, pouco depois de reconstituir-se a “Sociedad Espiritista Española”, dado o grande desenvolvimento do movimento doutrinário espírita e o crescente progresso de seu número de adeptos, decidiu essa sociedade pôr-se em contato com as demais sociedades e círculos espiritistas de Espanha e, também, com as principais sociedades espíritas do exterior, estabelecendo-se, em Madri, por sua posição e pelo fato de contar com mais recursos, um centro que servisse para o relacionamento entre todos os espiritistas espanhóis, surgindo assim, o “Centro General del Espiritismo em España”, com a seguinte diretoria: Presidente Honorário, D. Joaquín Bassols y Marañosa; Presidente, Alverico Paron; Vice-Presidente, Visconde Torres-Solanot; Secretário-Geral, D. Daniel Suarez y Artazu, e Vogais Representantes, D. Saturnino Fernandes Acellana, da Sociedad Espiritista Española; D. Rafael Primo de Rivera, da Sociedad Espiritista Sevilliana; D. Agustín Cayre y Llopis, da Sociedad Barcelonesa de Estúdios Psicológicos; D. S. Marin, da Sociedad Espiritista de Cádiz; Dr. Francisco Migueles, da Sociedad Alicantina de Estudios Psicológicos; D. Joaquín Bassols y Folguera, da Sociedad Espiritista de Zaragoza; D. Daniel Suarez y Artazu, da Sociedad Espiritista de Montoro; Visconde de Torres-Solanot, do Centro Espiritista Almeriense; D. Manuel Caballero de Rodas, do Circulo Espiritista de Cartagena; D. Vicente Torres, do Circulo Espiritista de Soria; Marquês de la Florida, do Circulo Espiritista de Santa Cruz de Tenerife; D. Anastásio Garcia Lopez, do Circulo Espiritista de Salamanca e D. Jose Palet y Villava, do Circulo Espiritista de Peñaranda de Bracamonte.
Além dessas citadas associações, integraram-se no “Centro General Del Espiritismo em España”, Centros, Círculos e Grupos estabelecidos em Alcolea Del Pinar, Alanis, Adra, Almazán, Almansa, Alcarraz, Aspe, Barcelona (Centro Amor), Bujaraloz, Badajoz, Búrgos, Ciudad-Real, Córdoba, Castellon de la Plana, Huesca, Leon, Lérida, Logroño, Múrcia, Málaga, Montalvan, Orihuela, Puigcerdá, Quintamar de la Sierra, Sabadell, Santander, San Pedro Alcantara, Trujillo, Tarrasa e Valladolid, revelando a potencialidade do movimento espírita espanhol na época, e mais, ainda, um movimento de unificação, que só mais tarde conheceríamos no Brasil (…)
Torres-Solanot foi diretor de “La Solidaridad”, e, em diversas oportunidades, redator das revistas espíritas “Progresso Espiritista”, de Zaragoza; de “El Criterio Espiritista”, de Madri, de “El Íris de Paz”, de Huesca, e da “Revista de Estudios Psicológicos”, de Barcelona, e, ao falecer Fernandez Colavida, dirigindo-a durante vinte anos.
Em 1888, realizou-se em Barcelona, Espanha, de 8 a 13 de Setembro, o I Congresso Internacional Espiritista.
Este célebre Congresso se realizou no “Salon Eslava”, sito na “Ronda de San Pedro”. Na oportunidade não foi possível contar-se com um local mais desejado – por realizar-se na mesma oportunidade a Exposição Universal, ocupando o próprio lugar onde, em 1861, se realizou o “Auto de Fé em Barcelona”.
A Mesa do Congresso, na sessão preparatória do dia 8 de Setembro, no “Centro Barcelones de Estudios Psicológicos”, nomeada, ficou assim constituída:
Presidente Honorário: D. José Maria Fernández Colavida, primeiro tradutor para o castelhano das obras de Kardec, fundador e diretor da “Revista de Estudios Psicológicos”, de Barcelona; membro honorário de várias sociedades espiritistas espanholas e estrangeiras. Infelizmente, porém, em razão do seu precário estado de saúde, não pôde tomar parte nos trabalhos, desencarnando dois meses depois, em 1º de dezembro de 1888.
Presidentes: D. Antonio Torres-Solanot y Casas (Vizconde de Torres-Solanot) por sua cultura e dotes de organizador; Mr. Pierre Gaetan Leymarie, representante da “Sociedade Cientifica de Espiritismo”, de Paris, França; Cavaliero Efísio Ungher, presidente da “Academia Internacional de Estudos Espiritistas e Magnéticos”, de Roma;
Dr. D. Joaquín Huelbes Temprado, Doutor em Direito e em Medicina. Vice-presidente da “Sociedad Espiritista Española”; Vices-Presidentes:
Da. Amália Domingo y Soler, fundadora de “La Luz del Porvenir” (Maio de 1879), e defensora do Espiritismo frente ao clericalismo da época.
Vale a pena recordar em “El Espiritismo” os horrores do Catolicismo Romano (1880).
D. Miguel Vives y Vives, cognominado “el Apóstol del Bien”, fundador (1872) do Centro “Fraternidad Humana”, em Terrasa (Barcelona); fundador (1882) e Presidente da “Federación Espiritista del Vallés”, promotora, junto com o “Centro Barcelones de Estudios Psicológicos”, da realização deste Congresso; Dr. Giovani Hoffman, Secretário da “Academia Internacional”, de Roma; D. Facundo Usich, Presidente do “Centro Barcelones de Estudios Psicológicos”; Secretários
Dr. Manuel Sanz Benito, Catedrático da “Universidad de Guadalajara” e, também, da “Universidad de Barcelona” (Cátedra de Filosofia); D. Eulogio Prieto, Presidente do “Centro El Salvador”, de Sagua la Grande, Cuba; D. Narciso Moret, do “Centro de Gerona”; D. Modesto Casanovas, fundador e diretor da “Escuela de Primera Enseñanza del Centro Barcelones de Estudios Psicológicos”.
Torres-Solanot nos deixou, como sai contribuição no campo literário, os seguintes trabalhos: “Preliminares al Estudio del Espiritismo”. Esta obra reúne considerações gerais a respeito da Filosofia, Doutrina e Ciência Espiritista. Editada pela Libreria de A. de San Martin, Puerta Del Sol, no. 6, Madrid, 1872, 1ª. ed. 386 pp.
Imprenta de J. Pena, Olivar, 22, Madri, publicada com um apêndice bibliográfico.
É clássica e rara. Foi prefaciada por Valero Pujol y Bada.
“Preliminares al Estudio del Espiritismo”. – Valero Pujol y Bada, amigo de Torres-Solanot, em “Carta-Prólogo”, diz que “después de haber leido y meditado suas Preliminares, pienso que si el Espiritismo no fuera la doctrina más completa y más verdadera, seria um presentimiento grande y generoso.
“Controvérsia Espiritista a propósito de los Hermanos Davenport”.
“Defensa del Espiritismo”. Madri, 1875. Vda. e Hijos de Alcântara, 317 pp.
“Defensa del Espiritismo”. Madri, 1878. Establec. Tipográfico de los Srs. Vda. e Hijos de Alcántara, 122 pp. Refere-se a um expediente que incrimina e afasta dos cargos os professores espiritistas, entre eles Amigó y Pellicer.
“Um Racionalista Más” (1883-1886).
“Reseña del Primer Congresso Espiritista Internacional”. Barcelona, Espanha, 1888.
O Primeiro Congresso Espiritista Internacional realizou-se de 8 a 13 de Setembro de 1888. Foi seu presidente o Visconde Antônio Torres-Solanot. – Presentes, e, entre eles, como já anotamos, estavam Pierre Gaëtan Leymarie, Ercole Chiaia, Juan J. Garay, Tomás de Oña e Eulogio Prieto.
A “Sociedad Espírita Española” trabalhou, desde 1873, para a realização deste Congresso, quando se realizou, ao mesmo tempo, uma Exposição Mundial. – A Espanha, então, publicava mais de 150 jornais espíritas e, na II República, foi apresentado um projeto de lei para implantar oficialmente o ensino do Espiritismo.
Participaram, deste Congresso, representações da França, Bélgica, Itália, Rússia (uma adesão), Cuba, Porto Rico, Chile, México, Argentina e EE.UU. (RE – 1888 – p. 545).
As conclusões deste Congresso, resenha elaborada pelo Visconde de Torres Solanot y Casas, “afirmam a existência do Espiritismo como uma ciência de observação progressiva”. 1888, Barcelona, Impr. Daniel Cortezo Editores, in- 8º. 311 pp. (Ed. espanhola); “Premier Congrés Spirite International”, compte- rendu, Paris, 1889, Librairie Spirite, brochura (ed. francesa) (RE – 1888 – p. 545).
“Don José Maria Fernándes Colavida”, Barcelona, 1888. Edit. Revista de Estúdios Psicológicos. Opúsculo necrológico. Separata da Revista nº 12, de 1888, com dados biográficos.
“El Catolicismo antes de Cristo”.
“Sucinta idéia do Espiritismo”. Em colaboração com Sanz Benito. Barcelona, 1894. Acompanhado de bibliografia espiritista.
“Los Fenómenos Espiritistas”, em colaboração com o Dr. Huelbes Temprado.
“La Médiun de las Flores”. Barcelona, 1895, Revista de Estúdios Psicológicos, 223 pp.
“Investigaciones sobre las mediunidades del Grupo Marietta”, de Madri.
Traduziu: “La Religion Laíque”, de Charles Fauvety. Madri, 1876, Imprenta Central.
Prefaciou a obra de “Marianito”, entidade espiritual, que se manifestou por intermédio do médium F. R. C. “Marianito” era uma entidade espiritual que relatou, por si mesmo, a sua luta como Espírito, durante seis existências. O médium, que emprestou o seu concurso foi F.R.C., do Centro Fraternidad, de Porto Rico. Suas manifestações formaram uma brochura, publicada com o prefácio do Visconde Torres-Solanot, Mayaguez, 1889; 1896 2ª. ed., Madri, 1899, 3ª.
ed. 110 pp.; 4ª. ed. 1904 e 5ª. ed. 1906.